Um turbilhão de emoções se juntaram à mim. Meu coração saltando freneticamente contra a minha vontade, as veias pulsando em minha pele de um modo em que meu corpo todo se estremecia. Uma certa bipolaridade se ocorreu. Minha forma de pensar e o modo de agir tornaram-se confusos. Por uma parte houve alegria, mas por outra, uma razão quis se extinguir com o sentimental.
- Pai? - meus olhos rolando em seu rosto, confusos, analisando a imagem dele parado com os olhos brilhando enquanto me observava. Deixei a razão de lado, larguei o orgulho e lhe dei um abraço. O cheiro familiar estava à tona, e percebi por um segundo que não poderia mas viver sem aquilo, sem ele, não, não havia mais forças para isso. - Pai, meu pai - minha voz rouca abafada em seu pescoço, soava com tamanha saudade e sem menos perceber, já estava ensopando sua camisa azul de botão. Ele não disse nada, somente me acolheu. Sua mão se embaraçava em meu cabelo enquanto ele depositava vários beijos em minha bochecha. Depois de soltá-lo e de estar com os olhos fixos em seu rosto novamente, sorri e o puxei até dentro do apartamento.
Sentados no sofá, ele me analisava e sorria - Você está tão linda - ele disse por fim
- Eu senti tanto a sua falta - disse
- Eu também - ele comprimiu os lábios, a dor era visível
- Mas por que? Eu não entendo pai, o senhor nos deixou. Por que não falou aonde estava esse tempo todo?
- Segui minha vida por vocês duas. Não abandonei mas, esse tempo afastado, tentei me tornar um humano em que as pessoas que eu amo pudessem se orgulhar - eu o olhava atentantamente, prestando atenção em cada palavra - Eu estudei minha filha. Fiz um supletivo e terminei a escola. Arrumei um emprego qualquer pra conseguir pagar a minha faculdade de jornalista. Terminei e hoje espero ser um motivo de orgulho pra você.
Hesitei tentando digerir o que acabara de ouvir e por fim falei - Meu Deus pai. Eu não consigo acreditar. Eu, eu to chocada, mesmo. To feliz sim, feliz por você ter tido um tempo pra se dedicar. Mas pra conseguir o meu orgulho você nunca precisaria passar por isso - segurava sua mão e lutei para que as lágrimas que estavam se formando não caíssem - Você sempre foi o meu orgulho, sempre. Faculdade não transforma ninguém em uma pessoa melhor. E você sempre foi o meu herói pai, sempre foi a pessoa em que eu me espelhei. Você chegava em casa cansado depois de um dia cheio de trabalho, depois de tanto sofrer humilhações por pessoas que não valem o prato que comem. Mas você sorria quando me via e mesmo cansado, brincava comigo quando eu pedia. Minha hora predileta do dia era quando você chegava, me abraçava e dizia que amava a sua garotinha. Eu te amo pai - ele simplesmente me abraçou. Me abraçou forte e chorou como uma criança. Assim como eu fazia quando me machucava, sempre chorava em seu ombro e ele me dizia que eu ia sarar, que a dor iria passar e tudo ficaria bem de novo. - Precisava mesmo ter ido embora e não ter dado notícias? Todos os dias eu dormia em desespero, como se uma estaca estivesse enfiada em meu peito e eu pudesse senti-lá chegar apunhalar o meu coração. Nunca poderia ficar tranquila sem saber aonde você tava, se estava bem. Tanta coisa ruim passava pela minha cabeça pai, por que não ligou? - foi impossivel manter as lágrimas em seu devido lugar
- Você viria atrás de mim. Eu ia ser julgado. Foi difícil minha filha, ficar longe de você e da sua mãe era uma tortura. Mas eu precisava. Me desculpa. Eu sei que passei dos limites sim, deveria ter ligado, avisado de algum jeito à você. Mas eu sempre estive por perto, sempre tive notícias suas. Sua tia Natacha sempre me deixava informado sobre você. Não perdi um capítulo da sua vida. - deu-se uma pausa e diante do meu silêncio ele abriu um sorriso meio bobo e sincero, de canto, meio tímido como se escondesse algo e falou - Tenho uma coisa pra contar, é uma surpresa
- Mais surpresa? É sério? - franzi a testa e ele abafou uma risada
- Bom, eu sei que no fim tudo com você e o Luan acabou dando certo. E fica despreocupada, também já falei com a sua mãe e resolvi tudo com ela. Já estou perdoado e tudo está mil maravilhas com a mulher da minha vida - ele abriu um sorriso bobo apaixonado - Agora eu sou um jornalista formado e vou colocar em prática a minha profissão. Vou trabalhar no escritório do meu genro - quando acabou de falar, ele imediatamente olhou-me como se esperasse ansiosamente a minha reação.
- O que? O senhor vai trabalhar com o Luan pai, isso é sério? - ele assentiu - Mas ... ele sabe de tudo? Como?
- Meu genro é maravilhoso. Entrei em contato com ele que me surpreendeu com essa proposta.
- E então ... como vai ser o seu novo emprego? - perguntei entusiasmada
- Vou trabalhar na área da acessoria dele. Sabe, na parte de divulgação de notas, divulgação de trabalho enfim, essas coisas todas do escritório. Nossa vida vai mudar meu anjo. Fiquei sabendo que você tá bem aqui com o seu trabalho mas, o Luan sugeriu que você se juntasse à nós.
- Como assim pai? - questinou confusa
- Sua mãe me contou e eu acabei falando para o Luan que você era dona de um tal de Twitter que era um fã-clube pra ele. Filha você precisava ver o sorriso dele quando ouviu isso - eu sorri após saber - Eu vim perguntar pra você o seguinte - ele colocou a mecha de meu cabelo que caíra no meu rosto, atrás da minha orelha - Aceita cuidar da Central de Fãs dele?
- É sério? - por dentro eu dava vários gritos e uma euforia enorme crescia, mas procurei não transparecer
- Nunca mais vamos nos separar meu anjo, nunca mais - apoei meu corpo no seu e ele passou os braços ao redor de mim, me abraçando com força e ternura
(...)
Era o dia de folga do Luan e ele resolveu fazer algo que na visão de todos era comum, porém, tratando-se dele, tornava-se algo alarmante e uma tremenda aventura
- A gente vai entrar pela saída de emergência, tá? - estávamos no shopping em uma área reservada após termos um trabalho danado para despistar as pessoas com a ajuda de alguns seguranças. Conosco estava também a Bruna.
Quando entramos na sala ainda estava passando os trailers. Nós três adentramos de fininho e sentamos nas cadeiras do fundo. Luan estava no meio de nós duas, e comandava o enorme balde de pipoca que havia comprado. Disse que era um enorme exagero e que nem nós três conseguiríamos comer aquilo tudo, mas ele ignorou meu comentário e comprou mesmo assim.
- Aposto que cê nunca teve tanto trabalho na vida pra assistir um filme - ele comentou baixo
- Verdade. Eu espero que o filme seja bom pra recompensar isso tudo - alertei com tom desafiador e ele olhou-me e se calou abruptalmente. Estranhei.
Os créditos iniciais começaram e Luan colocou seu braço ao redor da minha cadeira e me deu um beijo molhado na bochecha. Olhei para ele que sorriu e voltou a prestar atenção ao filme que logo começaria. Eu me peguei boba olhando para ele. Seu rosto iluminado apenas pela luz da tela do cinema, visto da lateral por mim. Os traços desenhados de uma maneira tão linda. O contorno de seu nariz parecia tão perfeito juntamente com a sua boca tão instigante para que fosse beijada. O boné vermelho no qual usou para por via das dúvidas, passar despercebido. O jeito de moleque, garoto bobo que fazia-me ficar fascinada. Cada vez que eu o olhava, me apaixonava novamente. Mas de repente meu encantou deu-se ao fim quando o filme realmente começou. E eu imaginei aquele enorme balde de pipoca jogado sobre a cabeça dele e que o mesmo ficasse preso por horas lá. Saímos cedo de casa em pleno sábado, enfrentamos um belo e maravilhoso trânsito, tivemos o maior trabalho para que ele não fosse reconhecido, entrando pelos fundos chamando a segurança, para no fim de tudo, assistirmos uma animação de corrida. Enquanto a tela pronunciava Carros 2, olhei para Luan com total desaprovação e pude perceber que ele me observava de canto de olho e abafava uma risada. Bruna se inclinou da cadeira olhando para mim e estava com o mesmo semblante que eu.
- Eu juro que ainda mato você - ela pronunciou as palavras devagar, mas com dureza. Ele fingiu ignorar, mas um sorriso maroto estara em seus lábios. Levantei-me e Luan segurou o meu pulso - Onde você vai? - ele murmurou
- Comer alguma coisa, não sou obrigada a servir de palhaça pra você - tentei parecer rígida, mas acho que não me conti quando olhei os olhos dele tão travessos. Percebi que eu tinha que dar um jeito de não me encantar toda vez que olhava para ele. Bruna me acompanhou até a praça de alimentação. Nos sentamos e pedimos um cheeseburger com refrigerante.
- Meu namorado tem mesmo 21 anos? - Bruna riu após minha pergunta irônica
- Me pergunto isso todos os dias. O Luan tem alma de criança - ela falou
- Vou tentar esquecer isso por um tempo. - abocanhei meu lanche
Bruna também saboreou o seu. Após algumas mastigadas e dar um gole em seu refrigerante, ele começou o assunto - Mari tem uma coisa que tá me consumindo, sabe? Preciso contar pra você
- Claro, pode contar Bru - limpei minha boca com o guardanapo
- Eu tô meio confusa. Eu achei que eu realmente gostasse do Vitor e que tudo entre a gente iria dar super certo mas ... eu acho que uma coisa mexeu comigo
- Você ta gostando de mais alguém?
- Acho que o seu primo - ela tentou ser direta e após revelar olhou para as suas mãos evitando me encarar. Há uma semana atrás, foi aniversário de Elena e resolvi fazer uma surpresa para ela. Chamei Marcelo, Pedro e algumas amigas da escola dela e Bruna também estava presente. Vitor estava trabalhando e não pôde acompanhá-la. Reparei que ela passou bastante tempo conversando com o Pedro, mas em momento algum pensei que ela pudesse se interessar por ele.
- Não consigo acreditar que você está afim do Pedro. Poxa Bru, o Vitor é um cara tão legal. Nunca pensei que o Pedro fosse do tipo que chamaria a sua atenção.
- Eu sei Mari, eu também achei que não. Mas sei lá, tá acontecendo. Eu penso muito nele, mesmo quando eu tô com o Vitor. Sei que pode ser um erro, mas eu acho que a gente tem uma química enorme e tudo que eu quero agora é ficar com ele.
Arfei - É. O coração não vem com antivírus - ela olhou-me repreendendo
- Para Mari, vai. O Pedro não é tão ruim assim. Ele é gato e divertido. Você tem uma implicância muito grande com ele.
- Só acho que ele não é pra você Bru. Tenho medo que você possa se decepcionar com ele. Mas ok, a escolha é sua. Só não quero que você magoe o Vitor. Por favor Bru, não machuca ele.
- Vou tentar.
(...)
- O Luan fez vocês assistirem desenho? - dona Marizete cortava alguns legumes para o almoço e eu a ajudava
- Na verdade ele tentou, mas a gente saiu antes e foi aproveitar o shopping - Bruna disse
- Aproveitar o cartão do pai você quis dizer - Luan que estava com o corpo apoiado no balcão, falou fazendo Bruna revirar os olhos
- A Bruna fez a festa - falei e todos riram, até ela
- Desculpa gente, mas é uma terapia - ela falou
- Trabaiá que é bom nada né? - Luan a cutucou na barriga e ela deu um tapa em seu braço
- Olha Pi, eu vou ser uma grande atriz e ainda vou esfregar na sua cara todos os milhões e grammys que eu ganhar
- Não tô duvidando disso coisa feia, só tô falando que agora, nesse momento, cê torra o dinheiro do pai todinho
- Ah cala a boca - ela deu de costas e me chamou para acompanhá-la até o seu quarto. Sentamos na cama.
- Tá confusa né? - deduzi
- Eu sinto uma atração muito forte por ele, não consigo controlar. É como se fosse maior do que eu, sei lá. Nunca senti essas coisas antes.
- Eu entendo Bru. Me apaixonei pelo Luan quando tinha a sua idade. É muito intenso sabe, tudo. Só não deixa o coração atrapalhar a sua razão. Pensa com cuidado. Você tá jogando de escanteio um grande homem. O Vitor tava mesmo disposto a fazer tudo por você.
- O Vitor é incrível. Mas eu quero um amor que me consuma. Com o Pedro eu me senti assim. Toda vez que ele me olhava, parecia que tudo dentro de mim se remexia. Eu quero ver ele. A Elena me contou outro dia que ia passar um fim de semana em Maringá pra ver a mãe e o Marcelo. Vai comigo Mari?
Inspirei uma quantidade de ar e soltei enquanto colocava a mente pra funcionar - Tem certeza que é isso que você quer pra você? - questionei
- É Mari. Tenho.
- Pai? - meus olhos rolando em seu rosto, confusos, analisando a imagem dele parado com os olhos brilhando enquanto me observava. Deixei a razão de lado, larguei o orgulho e lhe dei um abraço. O cheiro familiar estava à tona, e percebi por um segundo que não poderia mas viver sem aquilo, sem ele, não, não havia mais forças para isso. - Pai, meu pai - minha voz rouca abafada em seu pescoço, soava com tamanha saudade e sem menos perceber, já estava ensopando sua camisa azul de botão. Ele não disse nada, somente me acolheu. Sua mão se embaraçava em meu cabelo enquanto ele depositava vários beijos em minha bochecha. Depois de soltá-lo e de estar com os olhos fixos em seu rosto novamente, sorri e o puxei até dentro do apartamento.
Sentados no sofá, ele me analisava e sorria - Você está tão linda - ele disse por fim
- Eu senti tanto a sua falta - disse
- Eu também - ele comprimiu os lábios, a dor era visível
- Mas por que? Eu não entendo pai, o senhor nos deixou. Por que não falou aonde estava esse tempo todo?
- Segui minha vida por vocês duas. Não abandonei mas, esse tempo afastado, tentei me tornar um humano em que as pessoas que eu amo pudessem se orgulhar - eu o olhava atentantamente, prestando atenção em cada palavra - Eu estudei minha filha. Fiz um supletivo e terminei a escola. Arrumei um emprego qualquer pra conseguir pagar a minha faculdade de jornalista. Terminei e hoje espero ser um motivo de orgulho pra você.
Hesitei tentando digerir o que acabara de ouvir e por fim falei - Meu Deus pai. Eu não consigo acreditar. Eu, eu to chocada, mesmo. To feliz sim, feliz por você ter tido um tempo pra se dedicar. Mas pra conseguir o meu orgulho você nunca precisaria passar por isso - segurava sua mão e lutei para que as lágrimas que estavam se formando não caíssem - Você sempre foi o meu orgulho, sempre. Faculdade não transforma ninguém em uma pessoa melhor. E você sempre foi o meu herói pai, sempre foi a pessoa em que eu me espelhei. Você chegava em casa cansado depois de um dia cheio de trabalho, depois de tanto sofrer humilhações por pessoas que não valem o prato que comem. Mas você sorria quando me via e mesmo cansado, brincava comigo quando eu pedia. Minha hora predileta do dia era quando você chegava, me abraçava e dizia que amava a sua garotinha. Eu te amo pai - ele simplesmente me abraçou. Me abraçou forte e chorou como uma criança. Assim como eu fazia quando me machucava, sempre chorava em seu ombro e ele me dizia que eu ia sarar, que a dor iria passar e tudo ficaria bem de novo. - Precisava mesmo ter ido embora e não ter dado notícias? Todos os dias eu dormia em desespero, como se uma estaca estivesse enfiada em meu peito e eu pudesse senti-lá chegar apunhalar o meu coração. Nunca poderia ficar tranquila sem saber aonde você tava, se estava bem. Tanta coisa ruim passava pela minha cabeça pai, por que não ligou? - foi impossivel manter as lágrimas em seu devido lugar
- Você viria atrás de mim. Eu ia ser julgado. Foi difícil minha filha, ficar longe de você e da sua mãe era uma tortura. Mas eu precisava. Me desculpa. Eu sei que passei dos limites sim, deveria ter ligado, avisado de algum jeito à você. Mas eu sempre estive por perto, sempre tive notícias suas. Sua tia Natacha sempre me deixava informado sobre você. Não perdi um capítulo da sua vida. - deu-se uma pausa e diante do meu silêncio ele abriu um sorriso meio bobo e sincero, de canto, meio tímido como se escondesse algo e falou - Tenho uma coisa pra contar, é uma surpresa
- Mais surpresa? É sério? - franzi a testa e ele abafou uma risada
- Bom, eu sei que no fim tudo com você e o Luan acabou dando certo. E fica despreocupada, também já falei com a sua mãe e resolvi tudo com ela. Já estou perdoado e tudo está mil maravilhas com a mulher da minha vida - ele abriu um sorriso bobo apaixonado - Agora eu sou um jornalista formado e vou colocar em prática a minha profissão. Vou trabalhar no escritório do meu genro - quando acabou de falar, ele imediatamente olhou-me como se esperasse ansiosamente a minha reação.
- O que? O senhor vai trabalhar com o Luan pai, isso é sério? - ele assentiu - Mas ... ele sabe de tudo? Como?
- Meu genro é maravilhoso. Entrei em contato com ele que me surpreendeu com essa proposta.
- E então ... como vai ser o seu novo emprego? - perguntei entusiasmada
- Vou trabalhar na área da acessoria dele. Sabe, na parte de divulgação de notas, divulgação de trabalho enfim, essas coisas todas do escritório. Nossa vida vai mudar meu anjo. Fiquei sabendo que você tá bem aqui com o seu trabalho mas, o Luan sugeriu que você se juntasse à nós.
- Como assim pai? - questinou confusa
- Sua mãe me contou e eu acabei falando para o Luan que você era dona de um tal de Twitter que era um fã-clube pra ele. Filha você precisava ver o sorriso dele quando ouviu isso - eu sorri após saber - Eu vim perguntar pra você o seguinte - ele colocou a mecha de meu cabelo que caíra no meu rosto, atrás da minha orelha - Aceita cuidar da Central de Fãs dele?
- É sério? - por dentro eu dava vários gritos e uma euforia enorme crescia, mas procurei não transparecer
- Nunca mais vamos nos separar meu anjo, nunca mais - apoei meu corpo no seu e ele passou os braços ao redor de mim, me abraçando com força e ternura
(...)
Era o dia de folga do Luan e ele resolveu fazer algo que na visão de todos era comum, porém, tratando-se dele, tornava-se algo alarmante e uma tremenda aventura
- A gente vai entrar pela saída de emergência, tá? - estávamos no shopping em uma área reservada após termos um trabalho danado para despistar as pessoas com a ajuda de alguns seguranças. Conosco estava também a Bruna.
Quando entramos na sala ainda estava passando os trailers. Nós três adentramos de fininho e sentamos nas cadeiras do fundo. Luan estava no meio de nós duas, e comandava o enorme balde de pipoca que havia comprado. Disse que era um enorme exagero e que nem nós três conseguiríamos comer aquilo tudo, mas ele ignorou meu comentário e comprou mesmo assim.
- Aposto que cê nunca teve tanto trabalho na vida pra assistir um filme - ele comentou baixo
- Verdade. Eu espero que o filme seja bom pra recompensar isso tudo - alertei com tom desafiador e ele olhou-me e se calou abruptalmente. Estranhei.
Os créditos iniciais começaram e Luan colocou seu braço ao redor da minha cadeira e me deu um beijo molhado na bochecha. Olhei para ele que sorriu e voltou a prestar atenção ao filme que logo começaria. Eu me peguei boba olhando para ele. Seu rosto iluminado apenas pela luz da tela do cinema, visto da lateral por mim. Os traços desenhados de uma maneira tão linda. O contorno de seu nariz parecia tão perfeito juntamente com a sua boca tão instigante para que fosse beijada. O boné vermelho no qual usou para por via das dúvidas, passar despercebido. O jeito de moleque, garoto bobo que fazia-me ficar fascinada. Cada vez que eu o olhava, me apaixonava novamente. Mas de repente meu encantou deu-se ao fim quando o filme realmente começou. E eu imaginei aquele enorme balde de pipoca jogado sobre a cabeça dele e que o mesmo ficasse preso por horas lá. Saímos cedo de casa em pleno sábado, enfrentamos um belo e maravilhoso trânsito, tivemos o maior trabalho para que ele não fosse reconhecido, entrando pelos fundos chamando a segurança, para no fim de tudo, assistirmos uma animação de corrida. Enquanto a tela pronunciava Carros 2, olhei para Luan com total desaprovação e pude perceber que ele me observava de canto de olho e abafava uma risada. Bruna se inclinou da cadeira olhando para mim e estava com o mesmo semblante que eu.
- Eu juro que ainda mato você - ela pronunciou as palavras devagar, mas com dureza. Ele fingiu ignorar, mas um sorriso maroto estara em seus lábios. Levantei-me e Luan segurou o meu pulso - Onde você vai? - ele murmurou
- Comer alguma coisa, não sou obrigada a servir de palhaça pra você - tentei parecer rígida, mas acho que não me conti quando olhei os olhos dele tão travessos. Percebi que eu tinha que dar um jeito de não me encantar toda vez que olhava para ele. Bruna me acompanhou até a praça de alimentação. Nos sentamos e pedimos um cheeseburger com refrigerante.
- Meu namorado tem mesmo 21 anos? - Bruna riu após minha pergunta irônica
- Me pergunto isso todos os dias. O Luan tem alma de criança - ela falou
- Vou tentar esquecer isso por um tempo. - abocanhei meu lanche
Bruna também saboreou o seu. Após algumas mastigadas e dar um gole em seu refrigerante, ele começou o assunto - Mari tem uma coisa que tá me consumindo, sabe? Preciso contar pra você
- Claro, pode contar Bru - limpei minha boca com o guardanapo
- Eu tô meio confusa. Eu achei que eu realmente gostasse do Vitor e que tudo entre a gente iria dar super certo mas ... eu acho que uma coisa mexeu comigo
- Você ta gostando de mais alguém?
- Acho que o seu primo - ela tentou ser direta e após revelar olhou para as suas mãos evitando me encarar. Há uma semana atrás, foi aniversário de Elena e resolvi fazer uma surpresa para ela. Chamei Marcelo, Pedro e algumas amigas da escola dela e Bruna também estava presente. Vitor estava trabalhando e não pôde acompanhá-la. Reparei que ela passou bastante tempo conversando com o Pedro, mas em momento algum pensei que ela pudesse se interessar por ele.
- Não consigo acreditar que você está afim do Pedro. Poxa Bru, o Vitor é um cara tão legal. Nunca pensei que o Pedro fosse do tipo que chamaria a sua atenção.
- Eu sei Mari, eu também achei que não. Mas sei lá, tá acontecendo. Eu penso muito nele, mesmo quando eu tô com o Vitor. Sei que pode ser um erro, mas eu acho que a gente tem uma química enorme e tudo que eu quero agora é ficar com ele.
Arfei - É. O coração não vem com antivírus - ela olhou-me repreendendo
- Para Mari, vai. O Pedro não é tão ruim assim. Ele é gato e divertido. Você tem uma implicância muito grande com ele.
- Só acho que ele não é pra você Bru. Tenho medo que você possa se decepcionar com ele. Mas ok, a escolha é sua. Só não quero que você magoe o Vitor. Por favor Bru, não machuca ele.
- Vou tentar.
(...)
- O Luan fez vocês assistirem desenho? - dona Marizete cortava alguns legumes para o almoço e eu a ajudava
- Na verdade ele tentou, mas a gente saiu antes e foi aproveitar o shopping - Bruna disse
- Aproveitar o cartão do pai você quis dizer - Luan que estava com o corpo apoiado no balcão, falou fazendo Bruna revirar os olhos
- A Bruna fez a festa - falei e todos riram, até ela
- Desculpa gente, mas é uma terapia - ela falou
- Trabaiá que é bom nada né? - Luan a cutucou na barriga e ela deu um tapa em seu braço
- Olha Pi, eu vou ser uma grande atriz e ainda vou esfregar na sua cara todos os milhões e grammys que eu ganhar
- Não tô duvidando disso coisa feia, só tô falando que agora, nesse momento, cê torra o dinheiro do pai todinho
- Ah cala a boca - ela deu de costas e me chamou para acompanhá-la até o seu quarto. Sentamos na cama.
- Tá confusa né? - deduzi
- Eu sinto uma atração muito forte por ele, não consigo controlar. É como se fosse maior do que eu, sei lá. Nunca senti essas coisas antes.
- Eu entendo Bru. Me apaixonei pelo Luan quando tinha a sua idade. É muito intenso sabe, tudo. Só não deixa o coração atrapalhar a sua razão. Pensa com cuidado. Você tá jogando de escanteio um grande homem. O Vitor tava mesmo disposto a fazer tudo por você.
- O Vitor é incrível. Mas eu quero um amor que me consuma. Com o Pedro eu me senti assim. Toda vez que ele me olhava, parecia que tudo dentro de mim se remexia. Eu quero ver ele. A Elena me contou outro dia que ia passar um fim de semana em Maringá pra ver a mãe e o Marcelo. Vai comigo Mari?
Inspirei uma quantidade de ar e soltei enquanto colocava a mente pra funcionar - Tem certeza que é isso que você quer pra você? - questionei
- É Mari. Tenho.
Oi amores. Perdões pela demora para postar, eu realmente estava atolada de coisas para fazer. Espero que entendam.
Bom vamos ao capítulo: O pai da Mari voltooou! Como vai ficar agora a vida dela trabalhando junto com ele? Luan é uma verdadeira criança, todas sabemos né? E o lance da Bruna com Pedro, vai dar certo? Qual dos dois pretendentes vcs mais shippam? Vitor ou Pedro?
Comentem ok? A quantidade tá diminuindo poxa , run' voltem =s
Aguardo vcs no próximo
Bjs
nossa o pai dela voltou, pelo menos agora ele esta perto dela, e a bruna querendo ficar com o pedro, eu acho que ela ficaria melhor com o vitor, mas se o coração dela quer ele, porque não arriscar né?? continuaaa logo amore, bjoooos
ResponderExcluirnossa, confesso que nem esperava que a "pessoa" seria o pai da Mari, até q enfim ele voltou, já tava na hora (pelo menos era o q eu achava)... Cara confesso q teria a mesma vontade q a Mari se enfrentasse tudo aquilo pra ver Carros 2, o Luan é uma eterna criança.... Mais to amando sua fic viu:? continua ...
ResponderExcluirP.S: (se puder lê a minha http://princesinhadolucas.blogspot.com.br/ desde já valeu...)
Poxa nunca esperei que a pessoa fosse o pai dela, mas foi uma surpresa e tanto. Luan crianção como sempre e se eu fosse a Bruna ficava com o Vitor.
ResponderExcluirO Vitor é muito melhor sem dúvidas, mas se ela quer experimentar a escolha é dela.
ResponderExcluirContinuuuuuuuua
Aeee o pai dela voltou \0/ E a Bru, sera que ta fazendo a escolha certa ?
ResponderExcluir@lovaticdols
Eu amo essa fanfic.. Comecei a ler ela a pouco tempo e me apaixonei. Espero que de tudo certo com o trabalho dela e do pai dela! E ah.. Eu quero mais @loammyprince
ResponderExcluirOi
ResponderExcluirEu acho que a Bruna deve experimentar ter algo com Pedro, se o coração dela diz que ama ele, só fico com medo de ele se machucar ela.
O que será que o Luan acha disso tudo será que ele vai gostar. Acho que não.
Pelo visto tem ciumes no ar.
Beijos posta mais
O pai dela voltou Mdsss q vida
ResponderExcluir