Capitulo 47

Luan afirmou publicamente que havia ficado com a tal Cacau. Ok, todos sabemos que ele já tinha feito isso outras vezes, apesar de negar sempre com o papo de ser apenas amigo das tais garotas. Mas dessa vez foi diferente, me atingiu de outra maneira. Foi como se não houvesse mais significado em continuar com toda aquela luta. Por um momento me senti estilhaçada. Parecia que a dor só havia tocado à mim. E toda aquela ladainha de promessa foi papo furado. Éramos adolescentes, hormônios fluindo e juramento de amores eternos saindo de nossas bocas. Mas então por que o sentimento adolescente ainda estava dentro de mim? Se não fosse eterno, então por que pulsava tão intensamente? Mas agora algo que eu sempre tivera certeza já não era mas tão concreto. Pela primeira vez senti que ele não me amava. Que não havia significado. Talvez ele nem lembrasse de promessa alguma, talvez nem sentisse realmente mas nada dentro de si. E eu, perdendo tempo. Com uma esperança idiota brotando e aumentando a cada dia. Mas desabrochou. Demorou um tempo, mas quando se foi, foi duramente. Por que acharia que ele tivesse mudado? Famoso, rico, com várias mulheres lindas e deslumbrantes ao seu redor. Por que lembraria de mim? Uma garota tão sem sal que apareceu na sua vida e foi embora sem dar-lhe satisfação. Por que ele correria atrás de mim? 
Desliguei a TV e fui para o meu quarto . Estava abraçada com meu travesseiro na cama, quando Elena  adentrou e sentou ao meu redor. 
- Você tá bem? - dei de ombros - Não fica assim - odiei o fato de Elena estar olhando-me com pena. Poderia ter evitado isso ao passar anos imaginando que aquele amor ainda pudera estar vivo em mais de um coração
- Deixa. Eu só perdi tempo. Cansei Elena. Já sofri demais por ele, já não mais aguento. Chega, não posso morrer por ele. Por uma história de amor que se passou e que foi bom naquele tempo. Mas hoje é tipo, impossível. Não posso mais adiar a minha vida por conta dele. 
- Tem certeza que vai entregar tudo assim, de mão beijada?
- É tudo culpa do destino. Ele não quis. 
- Poxa amiga. Sei que é difícil, mas tem certeza que vai desistir de tudo? - Elena olhava-me com certa indignação agora 
- Desistir de que? Ele não sente mais nada. Se sentisse não espalharia por aí que ta pegando gostosonas que fica com várias na noite. Já passou Elena. O tempo passou. Eu quem não percebi. 
- Ok, já que você quer assim. Mas e agora? O domingo ainda não acabou. Não quer fazer nada? 
- To com saudade da minha mãe - murmurei com a minha voz saindo um pouco triste, estava visivelmente decepcionada 
- Ta perdendo tempo pra que então? Vamos passar na casa das nossas mamis então - Elena empolgou-se levantando-se da cama 
- Agora? - arqueei a sobrancelha 
- Quem foi a mocinha que disse que não queria mais perder tempo? - seus braços se apoiaram em sua cintura - Vamos começar por agora então. 
Liguei para minha mãe que ficou tão animada e feliz quanto qualquer outra coisa. Disse que até faria um bolo para comermos batendo papo. Realmente precisava da minha mãe, ela era um dos meus refúgios. 
- FILHA QUE SAUDADE ! - minha mãe me saudou abraçando-me ao abrir a porta
- Também estava mãe, com muita - minha voz saiu abafada em seu pescoço
Elena estava com a mãe dela mas com certeza não demoraria nada para estar conosco, afinal, sua casa era quase grudada a da minha tia.
- Quem é viva sempre aparece - Pedro apareceu na sala e em seguida me abraçou dando-me um beijo estalado na bochecha
- Cadê tia Natacha? - perguntei ao sentir sua falta
- Foi ao mercado - ele respondeu
Logo estávamos juntos à mesa, inclusive Elena, comendo um bolo de cenoura com cobertura de chocolate feito pela minha mãe. Colocamos o papo em dia, mas nada que chegasse ao ponto de eu revelar minhas mágoas implícitas.
Elena estava no sofá para dois lugares, eu no maior com Pedro deitado sobre as minhas pernas. De vez em quando, mexia em se cabelo. 
Sinais vindo de um um lugar tão longe, às vezes se escondem - meu celular deu vida à sala. No visor, a foto de Cássio. Pensei que houvesse alguma emergência ou algo do tipo mas, era apenas para perguntar por Elena.
- Você não deveria crescer e para com esse negócio de fã? - Pedro começou com sua implicância logo após eu desligar o aparelho
- Você não deveria ter um emprego? - retruquei 
Ele hesitou por um instante e falou - Digamos que sim, mas tipo, com isso eu ganharia dinheiro. No seu caso você perde dinheiro. E tempo - não quis argumentar com ele, afinal, nem tinha cabeça naquele momento para discutir sobre Luan. Então simplesmente atirei Pedro do sofá que instantâneamente foi-se ao chão

Elena soltou uma gargalhada debochando. Como era de se esperar, ele não deixou barato. As almofadas serviram  de arma contra mim. 
- Vocês não conseguem ficar dois minutos sem se matarem? - minha mãe apareceu na sala
- Acho que não - respondemos juntos 
- Eu estava com saudade disso - Pedro disse e eu o fitei sem entender - Tá pirralha, eu admito. Sinto sua falta - me senti tão culpada por abandoná-los e vi pela primeira vez Pedro admitir que sentia afeto por mim
- Sinto sua falta também, encrenqueiro
A porta se abriu revelando a imagem de tia Natacha com várias sacolas nas mãos. Sua testa se franziu de surpresa ao me ver - Oi Mariana
- Oi tia, tudo bem? - a ajudei com as sacolas
- Faz tempo que chegou? - andamos até a cozinha
- Não muito - coloquei as sacolas na mesa - Hmmm sorvete - disse ao vê-la retirar e colocar na geladeira
- Pode pegar se quiser. É praticamente seu. Sua mãe quem deu dinheiro - pensei que mamãe estivesse usando o dinheiro todo que lhe mandava para arcar com as despesas da casa e não para si. Presumi que tia Natacha  estivesse realmente cobrando por isso - Ah, ok
Elena fora se encontrar com o Marcelo, matar as saudades. Pedro ficou na TV enquanto minha tia arrumava as compras. Minha mãe me chamou para o quarto, que um dia chamei de nosso.
- Ai Mariana - ela inspirou uma quantidade de ar e soltou - Como você tá filha?
Dei de ombros franzindo os lábios - Bem
- Por que não consigo acreditar nisso? Tá chateada não é filha? Deixa eu adivinhar - seus olhos ficaram semicerrados - Luan?
- Não existe mas Luan na minha vida - encarei meus dedos
- Não posso acreditar que você quer desistir
- Desistir do que mãe? Eu não importo mais para ele, não vou perder nada
- Filha ele te ama. Olha tudo que ele já fez por você
- Fez o que mãe? - levantei-me da cama com o tom de voz alterado, mas um nó se formou em minha garganta - Ele já desistiu. Expor com o maior orgulho do mundo que ficou com várias mulheres é me amar? - ela se calou , talvez tentando encontrar palavras - Não existe mais nada em que possa se lutar 

(...)

- Vou sentir sua falta, minha vida. Vocês duas precisam vir mais vezes, não esqueçam que vocês têm mãe - dona Isabela começou com seu drama em cima de mim e Elena
- Nunca que a gente esquece das nossas mãezinhas - disse e acabamos em um abraço coletivo 

(...)

- Ir pra Maringá de busão é foda - Elena jogou todo seu corpo no sofá
- Pois é. Já me deu fome. Vou pedir uma pizza, o que acha? - perguntei 
- Pode ser - ela ligou a TV
Coloquei um shorts e uma camiseta e então liguei para a pizzaria. A campainha tocou mas Elena foi preguiçosa o suficiente para não querer atender. Abri e dei de cara com um lindo par de olhos castanhos extremamente claros. O tal entregador possuía um sorriso torto simplesmente encantador e fios de cabelo em um leve tom loiro que contracenavam lindamente com sua pele clara. 
- Foi daqui que uma linda moça pediu uma pizza? - seu sorriso torto e contagiante reapareceu e eu ri timidamente
- Foi sim, pode entrar - abri passagem para ele que pediu licença e colocou a pizza na mesa
Dei o dinheiro.
- Eu não tenho troco aqui, só lá embaixo no estacionamento - ele disse - Você me acompanharia até lá?
- Ah ... claro - falei ainda encantada com seus olhos
Pegamos o elevador juntos e enquanto ele se locomovia para o térreo, o entregador resolveu se a apresentar
- Meu nome é Vitor - ele estendeu sua mão à mim e senti um ar leve de humor invadir seu rosto
- O meu é Mariana - retribui o cumprimento sorrindo 
Ele pegou seu celular do bolso e me questionou - Será que você pode me deixar ver as horas no seu celular? Quero arrumar a do meu, está errada
- Ah - hesitei - Tudo bem - entreguei.
No mesmo instante o celular dele começou a tocar mas ele ignorou. Achei estranho mas não questionei.
- Obrigado - ele agradeceu 
A porta do elevador se abriu e andamos um perto do outro até o estacionamento. Ele abriu uma espécie de caixa que ficava na moto e retirou de lá o meu troco.
- Obrigado Mariana
- Magina, eu que agradeço
- Tenha uma boa noite - ele me pegou desprevenida encostando seus lábios em minha bochecha
- Ah ... obrigada. Você também

(...)

- Muito boa essa pizza - Elena disse com a boca cheia
-Boa né? Mas chega, já me entupi demais. Tenho que trabalhar amanhã ao contrário da moça da progressiva
- Eu sou demais, eu sei.
Já estava deitada na minha cama quando meu celular vibrou na cabeceira. No visor aparecera um numero desconhecido, mas mesmo assim atendi
- Aceita sair comigo amanhã à noite?

Oi moziiis ! Pronto, não demorei tanto não foi? Mari desistiu mesmo do Luan? Quem será que ligou para a ela? Vitor? E se foi ele, o que vai aprontar na fic? 
Eu tenho uma curiosidade, agora quero que cêis matem ela pra mim. Tipo assim, eu quando leio fanfic fico comentando com as minhas amigas e tal. Queria saber se vcs fazem isso com a minha, sei lá tipo, já comentaram dela pra alguém ou encomendou pra ler? Queria saber. 
Comentários, comentários ? Quero muitos viu? Posso pedir mais uma coisinha? Comentem mais que um ´´ continua´´, quero saber se estão gostando de verdade e oq esperam que aconteçam daqui pra frente. Ah outra coisa: Gostaram do novo visu do blog? tava na hora de mudar né ? 
Então é isso, beeeeeijos. 
Aguardo vcs no próximo .