Promessa De Amor

- Eu... eu não sei mãe, como ia saber? – minha voz trêmula já conseguia me entregar, odiava o fato de sempre gaguejar e minha voz ficar mais fina quando mentia. - Mariana não mente pra mim, eu te conheço muito bem. Eu contei quantos comprimidos havia aqui e está faltando um. - Mãe eu não sei, você deve ter tomado. – desviei meu olhar para não ter que encará-la - Mari me conta a verdade, por favor. Eu não quero brigar com você. Olha, eu e seu pai ficamos fora e você ficou sozinha. Você tem um namorado e de repente meu comprido some. Mordi meu lábio inferior tentando encontrar palavras. Limpei minha garganta até que disse por fim - Ok mãe, eu usei seu remédio. - Por que não me contou logo? - Tive medo da sua reação - E ainda tem? - Eu não sei. - Preciso digerir essa notícia - Está chateada? - Não por você ter tido sua primeira vez, pois isso eu já previa que iria acontecer. Mas por você ter negado à mim. - Desculpe mãe, eu juro que não quis mentir pra senhora.

Lavei meu braço que demorou vários minutos para poder parar de sangrar, coloquei um curativo. Deite-me em minha cama e fiquei relembrando o olhar de fúria de Roberta enquanto me encaravam. Eu posso ter encontrando palavras para enfrentá-la, mas a verdade era que, eu me sentia cada vez mais fraca. Fraca no termo de achá-la que agora ela era bem mais forte do que eu. Realmente estou com medo, e não posso deixar de negar. Dentro de mim meu coração se aperta desesperado pelo que pode vir pela frente. É, ela não estava brincando. Mas há algo que eu não entendo, é o fato de ela estar a pouco tempo com o tal do Rodrigo e continuar querendo o Luan. Ela não o ama, ela só quer me ver cair. Não suporta o fato de que eu contraditei seu futuro sobre mim. Pela sua intuição, eu nunca iria encontrar alguém que me amasse e muito menos que fosse o garoto mais “disputado” da escola. Aquela maldita escola que me trouxe tantas mágoas, tantas angústias. Mas Luan me fez cansar de ouvir todas as palavras

E venha o que vier eu vou estar pra sempre com você- cantarolou um som distante, mas senti que estava presente. Despertei com meus olhos abrindo aos poucos tentando lutar contra o sono, e lá estava ele. Olhando-me com os olhos irradiando alegria, em cima da cama completamente vestido. - Bom dia minha ursa – soou sua voz suave incrivelmente linda me deixando tonta - Bom dia meu panda – disse ainda com a voz rouca – Espera, por que ursa? – indaguei - Porque você não dorme – fez uma pausa - você hiberna - soltou uma gargalhada -Muito engraçado você – dei de língua- Faz tempo que ta acordado? - Não muito, fiquei aqui olhando você dormindo - Meu Deus eu devo estar um horror – sentei-me enrolada no lençol passando a mão no meu desalinhado cabelo - Você esta linda, incrivelmente linda. - Luan, eu acabei de acordar – o encarei - Eu já te disse que você consegue ser linda naturalmente, assim, sem fazer esforço algum? - Vou fingir que acredito - Coisa teimosa- fez biquinho

  #Mariana Narrando Lá eu estava, às sete da noite de pijama deitada no sofá olhando pro teto da sala. A casa vazia, e eu incompleta. Sem ele. Percebi que me sinto uma inútil sem a presença dele, sem o ter para olhar nos meus olhos e dizer-me que sou especial, e que me ama. Tentei afogar minha saudade em uma panela grande de brigadeiro enquanto a tv estava ligada em um canal qualquer. Ouvi a campainha tocar. Coloquei a panela na mesinha de centro e abri lentamente a porta. Mas lento meu coração não ficou quando o viu. Seus olhos correram por todo meu corpo e me senti corar. Acabei esquecendo que fui atendê-lo com meu short curto de dormir. Em mãos ele carregava um buquê de flores, olhando-me com seus olhos castanhos fazendo-me suspirar por dentro.  Abriu de leve seu lindo sorriso acompanhado de suas covinhas encantadoras - Será que eu posso entrar?- seus olhos concentrados aos meus –  Ou a princesa não pode receber visita em seu reino encantado?  – acrescentou lentamente tir

- Oi gente tudo bem? Vocês estão gostando da festa? Ah claro que estão! – o jeito de patricinha metida e convencida nunca mudavam- O Luan fez uma música especialmente para mim, a aniversariante- ele a olhou mas não pude ver sua expressão pois estava um pouco distante – Vamos Luan, não seja tímido. Você já cantou essa música nos corredores da escola, agora mostre para todo mundo a obra que você fez se inspirando em mim – sorriu forçadamente. A melodia do violão foi tocada por ele e imediatamente reconheci. Eu lembro muito bem, foi no dia em que seu rosto era iluminado pela luz da lua. Eu não conseguia acreditar. Ele estava tocando a música, aquela que ele disse que fez se inspirando em tudo que sentia por mim. Nós demos nosso primeiro beijo após ele cantá-la olhando em meus olhos. E agora ele estava ali, cantando com a sua perfeita voz como se fosse para ela, como se o sentimento que sentimos fosse transmitido a ela. E os dois fossem conectados a si. Presenciar essa cena era demais pa

- Eu vou minha filha, mas se tudo der certo um dia eu volto – dizia meu pai enquanto caminhava lentamente se afastando - Não pai, não vai por favor – supliquei tentando sair do meu lugar e impedi-lo de ir embora, mas uma força me impedia, minhas pernas não podiam se locomover e se prendiam ao chão. Olhei ao redor várias vezes tentando encontrá-lo, mas ele já havia desaparecido. - Filha – uma voz doce e calma me rondou – Me desculpe – virei-me encontrando minha mãe de uma maneira diferente. Ela estava iluminada, seu rosto e seu corpo coberto por uma forte claridade, fazendo com que meus olhos se apertassem. - Mãe? – pisquei rapidamente - Filha me desculpe, mas agora eu vou embora pra sempre. Um dia quem sabe te encontrarei, desculpe. – fechou os olhos e sua imagem foi embora - MÃE – minha voz saiu forte de minha garganta acompanhada de um forte choro– Por favor mãe, não me abandona. Não me deixa sozinha, por favor – disse em desespero, com os joelhos apoiados ao chão. Eram