Capitulo 35

- Eu... eu não sei mãe, como ia saber? – minha voz trêmula já conseguia me entregar, odiava o fato de sempre gaguejar e minha voz ficar mais fina quando mentia.

- Mariana não mente pra mim, eu te conheço muito bem. Eu contei quantos comprimidos havia aqui e está faltando um.

- Mãe eu não sei, você deve ter tomado. – desviei meu olhar para não ter que encará-la

- Mari me conta a verdade, por favor. Eu não quero brigar com você. Olha, eu e seu pai ficamos fora e você ficou sozinha. Você tem um namorado e de repente meu comprido some.

Mordi meu lábio inferior tentando encontrar palavras. Limpei minha garganta até que disse por fim

- Ok mãe, eu usei seu remédio.

- Por que não me contou logo?

- Tive medo da sua reação

- E ainda tem?

- Eu não sei.

- Preciso digerir essa notícia

- Está chateada?

- Não por você ter tido sua primeira vez, pois isso eu já previa que iria acontecer. Mas por você ter negado à mim.

- Desculpe mãe, eu juro que não quis mentir pra senhora. Eu só estava insegura, por favor me desculpe.

- Tudo bem eu te entendo. Mas você se arrependeu do que fez?

- Não mãe. Eu nunca me arrependeria. Olha eu juro para a senhora que o Luan é o cara certo. Eu o amo demais mãe, e ele também. Eu senti que minha hora havia chegado e que eu estava realmente pronta. Não consigo me arrepender mãe, nós apenas nos amamos.

- Ta – respirou aprovando – Mas não sei o que seu pai vai achar disso

Engoli seco temendo por isso.

- Mãe não conta pro pai eu te peço, por favor. Ele não entenderia.

- Ta bom eu não vou contar. Mas você tem que me prometer que vai se cuidar minha filha, eu me preocupo com você. Não quero que o pior aconteça.

- Mãe está tudo bem, eu prometo. Sei me cuidar – dei uma breve pausa e continuei – e então... como foi lá com esse tio que eu não conheço?

- Ah... ele já está bem melhor – virou-se contra mim procurando roupas no armário

- Ah sei. Ele é tio de segundo grau ou uma coisa assim? A senhora me disse mas não entendi. Qual o nome dele mesmo?

- Bom o nome dele é ... – ela parou por um instante parecendo procurar as palavras

- Dona Isabela, me conte a verdade mocinha – ironizei- Não tem tio nenhum não é?

- É... é... – olhou-me gaguejando – Tá Mari você descobriu, pronto. Eu quis passar um tempinho com o seu pai, foi isso.

(...)

Em meu quarto observei as flores que Luan me dera. Estavam murchas e secas num vaso sobre o criado mudo. Lamentei pois haviam sido entregues a mim em um dia que se tornou especial, e poxa, eram tão lindas.

Luan e eu conversávamos durante a aula vaga que tivera, no jardim da escola.

- Poxa Luan as flores que você me deu já murcharam, senti uma pena. – disse enquanto meus olhos observavam as lindas flores plantadas naquele jardim.

-Por isso que não é bom destruir o que a natureza nos dá – disse ele

- Mas foi por uma boa causa. E elas se tornaram especiais, pena que duraram pouco.

- Espera, fica aí que eu já volto - antes mesmo de eu dizer algo ele já havia se afastado rapidamente

Enquanto esperava por ele, a pessoa mais amável do planeta resolveu aparecer.

- Roberta vai embora, por favor

- Calma meu amor, só vim confirmar se você não vai mesmo largar do Luan.

Dei um sorriso sarcástico - Quantas vezes eu tenho que repetir pra você entender?

- Ok, aguarde mais alguns dias – foi-se embora com um olhar indecifrável.

Idiota, não tenho medo de você

- Bu – os lábios macios tocaram meu rosto

- Aonde você foi?

- Falar com o jardineiro

- Por que o jardineiro amor?

- Abre a mão – pediu com delicadeza sorrindo

- Mais pra que amor?

- Abre vida – insistiu com o olhar doce

Abri minhas mãos a ele que colocou algumas sementes

- Sementes amor?

- Sim, você não me disse que as outras flores murcharam? Então, essa você planta em cantinho e se cuidar bem ela durará pra sempre. Igual o nosso amor, que foi plantado em nossos corações e é semeado com muito carinho e amor por ambas as partes fazendo assim, durar pra sempre.

Apenas fiquei o observando enquanto parou de falar. Como aqueles olhos me encantavam, brilhando feitos diamantes. Aquela boca delineada perfeitamente, parecendo ter sido desenhada a mão. O jeito de menino maduro e responsável que me surpreendia e me fascinava a cada minuto que passava ao lado dele. – É por isso que eu te amo tanto – disse por fim olhando-o fixamente abrindo um sorriso leve

(...)

- Cadê o pessoal dessa casa? – questionei fechando sua porta

- Cara, pelo que eu sei o pai e a Mamusca foram resolver com o Anderson os negócios dos shows. Sabe, as passagens, os hotéis essas coisas. Então pelo visto a Bruna foi com eles, ou ficou na casa de alguma amiga dela.

- Entendi. Sabe do que eu tava lembrando agora? De quando eu te dei um banho no vídeo-game.

- Óia só se mereço uma coisa dessas rapaiz – ri da cara que ele fez – Aquele dia não valeu não moça, você me enganou.

- Ata bom sei ...

- Então faz assim, cê me ajudar a preparar o teris e depois a gente vai ver quem ganha no game lá em cima

- Então ta - concordei

Fomos à cozinha preparar o teris que por sinal Luan fez a maior bagunça. Subimos para o seu quarto e sentamos na cama de pernas cruzadas. Começamos a jogar. Logo ele fez o primeiro gol e eu em seguida empatei. Fiz outro no segundo tempo fazendo assim ele começar a reclamar

- To deixando você ganhar, ta bom amorzinho?

- Ta Luan sei, admite logo que eu sou melhor que você nesse jogo.

- Né nada. É só porque eu não gosto muito desse e não pratico.

- Né nada digo eu Luan. Sua mãe mesma me disse que você passa o dia todo trancando aqui jogando.

- A Mamusca anda falando muito com você, ta me entregando demais. Não duvido nada que daqui a pouco ela ta te mostrando minhas fotos de neném pelado na banheira com o brinquedinho de fora – disse e deu aquela risada gostosa de se ouvir, aquela que por mim gravaria e colocaria para tocar na rádio de tão perfeita – Vamo parar de jogar amor, tem coisa melhor pra se fazer – olhou-me malicioso

- Tipo o que Luan? – continuei concentrada

- Tipo várias coisas – tirou o cabelo do meu pescoço o beijando em seguida, isso é tentação demais

- Luan a gente não pode – sussurrei com os olhos fechados enquanto me arrepiava com os seus lábios tocando-me

- Só tem nós dois aqui, nada nos impede

Em questão de segundos já estávamos deitados. Com os toques leves de suas mãos macias, Luan as percorria por todos os membros do meu corpo, acompanhados de beijos que provocavam um arrepio constante em minha nuca. Beijando-me meu corpo, ele voltou ao meu pescoço e em seguida demos procedimento para um beijo caliente, onde o desejo se expressava e assim desfrutamos dele como se fosse o último de nossas vidas.

Diferente da primeira vez quis tentar algo a mais, soltei-me da minha timidez o dominando completamente. Fiquei por cima dele enquanto o beijava intensamente. Por um extinto retirei minha blusa 

Sua boca voltou ao meu pescoço e uma pulsação intensa e quente tomou conta de minha virilha. Meu corpo era percorrido novamente por suas mãos. Era incrivelmente excitante mas ao mesmo tempo me torturava pois eu o queria logo completamente, meu corpo explodia em fogo o pedindo. Vi em seus olhos que eles ardiam em chamas e seu desejo ficar explicito. Sem parar nosso beijo, seu corpo se sobrepôs ao meu e suas mãos alcançaram um pacote de preservativo. Logo ele voltou e delicadamente me penetrou. Com seus movimentos leves o senti dentro de mim. Estava bom mas eu queria mais e ele entendeu o recado do meu corpo. Seus movimentos ficaram mais intensos e prazerosamente maravilhosos. Também tentei algo a mais. Arranhei de leve suas costas 

E pareceu agradá-lo pois cada gesto que eu fazia ouvia seus leves gemidos soarem pelo seu quarto.

Nos amamos intensamente, com mais desejo e desenvoltura. Parecia que aquela explosão de prazer não iria nos deixar nunca, e nós dois não queríamos. Caímos completamente exaustos na cama. Nossos corpos suados, nossas respirações ofegantes e a sensação de dever cumprido.

- Uau - Luan disse tentando controlar seu fôlego - Você foi incrível

- Você também foi – minha voz soou rouca

(...)

- Você viaja hoje de noite não é? – perguntei sentada no balanço que se localizava na pracinha em que eu costumava ficar

- É, vou morrer de saudade – Luan respondeu me balançava lentamente

- Vai ser uma saudade por uma boa causa pelo menos

- Amor – ficou de frente a mim agachado enquanto apoiava suas mãos em minhas pernas – Posso perguntar uma coisa a você?

- Claro vida – sorri fazendo carinho em seu rosto

- Vamos fazer uma promessa? Assim, esse tempinho que eu vou ficar longe vai servir pra deixar um pouquinho de saudade. Mas se acontecer de um dia eu ficar fora durante muito tempo, vamos prometer um ao outro que nunca iremos deixar nosso amor esfriar e muito menos se acabar. Mesmo se um dia estivermos distantes, vamos amar um outro nem que seja por telepatia. Nunca nos abandonaremos nem de coração, nem de alma. Vamos prometer que nunca um irá embora do outro em nossos corações. E que sempre seremos o primeiro plano, o único amor um do outro.

- Sim – sorri o abraçando forte – Vai ser a nossa promessa de amor. De amor eterno, de amor único. Pra sempre.

Luan deixou-me em casa e disse que lá passaria depois para se despedir. Assim ele fez. Despedimos-nos com um beijo cheio de amor, e nos abraçamos como se nunca mais fosse nos vermos. Apesar de ser apenas uma semana.

Sábado resolvi ficar com meu pai na loja, pois queria sentir uma pouco da companhia dele. Levei minha mochila para tentar terminar o longo dever que a professora de história havia nos passado.

#Carlos Narrando

Avistei um rapaz jovem entrar na loja e logo fui atendê-lo.

- Posso ajudá-lo? – perguntei

- Ah sim claro, o senhor é o Carlos não é? – ele questionou olhando-me

- Sim sou eu, você me conhece?

- Eu conheço a sua filha. Sou o Rodrigo – estendeu sua mão e assim eu o cumprimentei

- Ah que bom. E então você está procurando algo?

- Sim, eu queria dar uma olhada naquelas calças ali- apontou para algumas que haviam no fundo da loja e assim o guiei até lá. Ele me tomou bastante tempo, cada escolha que iria fazer, me mencionava. Depois de quase uma hora e meia o atendendo assim que ele se foi, o senhor Daniel me chamou. Seu rosto não parecia nada agradável e ele estava muito sério, senti até um calafrio quando me aproximei para conversar com ele.

Oi mors! Novamente peço desculpas pela demora, continuo com aquele probleminha mas prometo que vou fazer de tudo para terminar os capítulos.

O que será que o Daniel vai contar ao Carlos? Garanto a vcs que vai ser uma bomba que vai mudar completamente o rumo da história =x

Gostaram do capítulo? Ansiosos para o próximo?

Bom, até lá 

Beeeijos <3

@neverso_lr