Capitulo 48

- Aceita sair comigo amanhã à noite? 
Demorei alguns instantes para recolocar o raciocínio no lugar pois logo reconheci de quem era a voz - Vitor?
- Sim, seu entregador de pizza
- Ah ... Oi - respondi sem parar de pensar no seu - Como conseguiu meu número?
- Acidentalmente no elevador 
No fim, acabei aceitando sair com ele. Sim, aceitei sair com um cara segunda à noite, que acabara de conhecer. Não me pergunte porquê.
Querendo ou não, acabei ficando um pouco agitada e surpreendida com aquela ligação. Levantei-me para tomar um copo de água. Elena já havia deitado. Antes de voltar para meu quarto, passei pela sala e parei em frente ao espelho. Reparei que já não era a mesma pessoa de sempre. Ou então não me sentia. A imagem que se refletira era de uma garota onde o olhar houvera tristeza. E ah se fosse apenas no olhar. Mas não, pois tudo dentro de mim, cada pedaço, estava dolorido. Muito pior que uma dor física. Tantas saudades, mágoas e incertezas se acumulando dentro de um pequeno coração. Mas atrativamente não me sentia segura. Comecei a reparar em mim mesma, em meus traços. Me senti completamente sem graça, enxerguei gorduras aonde nunca havia visto. Por fim, vi em mim mesma defeitos. E então concluí que Luan não perderia mesmo seu tempo comigo e que talvez, eu não daria certo com nenhuma outra pessoa nesse mundo. Talvez não eu fosse bom o suficiente. 
Lembrei que havia me empanturrado com aquela pizza. Um reflexo rápido passou na minha cabeça e um peso de culpa caiu sobre mim. Mesmo hesitando por um tempo, corri para o banheiro e lá me tranquei. Respirei fundo com as mãos apoiadas na pia e com o rosto vidrado no espelho. Sem pensar, coloquei dois dedos meus no fundo da garganta com o objetivo de tirar toda aquela comida de mim, mas fracassei na primeira vez. Ajoelhei-me perante o sanitário e tentei mais uma vez, e outra. Até conseguir. Ao fim, parei em frente ao espelho novamente, reparando minha imagem refletida enquanto tentava visualizar como ficaria com a barriga encolhida, me decepcionando com a imagem real.

 Tentando não fazer barulho, voltei para o meu quarto onde adormeci até meu alarme tocar de manhã. Me aprontei para o trabalho

- Não vai comer não? - Elena questionou 
- Ah, acho que não. Tô sem fome - disse enquanto fechávamos a porta do apartamento 
Passei o dia trabalhando e estava me sentindo um pouco estranha. Acabei concluindo que era pelo fato de eu não ter me alimentado. Me senti uma tosca por estar tendo aquela atitude. Não me importei e fui me alimentar, não valeria a pena morrer de fome por um cara que não me amava. 
Em casa após o expediente, tive que contar à Elena que iria sair com um cara. Cara que ela nem reparou que já estivera em nossa casa. Sua empolgação foi tanta que até me espantou. 
Tomei um banho e me arrumei para o tal jantar

- Socorro que arraso - Elena colocou seus olhos em mim após eu aparecer na sala  

- Não exagera vai - disse

- Mari você tá linda, espero que o gato seja digno de te ver assim

- Sério mesmo que você não viu ele aqui ontem?

- Você sabe que eu sou distraída

Meu celular tocou e era o Vitor dizendo que já estava me esperando no estacionamento do prédio. Ele estava com uma calça jeans um pouco justa, tênis preto e uma blusa roxa social colada ao corpo. Ao me ver ele abriu um sorriso de orelha a orelha. Me cumprimentou com um beijo no rosto.

- Você está linda - ele falou quando ainda estava perto da minha orelha

- Obrigada - soei tímida 

O restaurante era apenas 15 minutos de meu apartamento. Enquanto andávamos, Vitor colocou seus braços ao redor da minha cintura. Não reclamei até porque, estava mesmo muito carente, precisando sentir um carinho especial. 

Ao chegarmos, coloquei meu casaco no braço da cadeira e após sentarmos engatamos em uma conversa. Vitor me contou da sua família. Era filho único e morava com os pais. Nasceu e cresceu em Londrina. Contei um pouco da minha história mas apenas em resumo. 

- Deve ser legal isso de ser independente - ele falou após tomar um gole de vinho

- Ah, em partes sim. É legal ter o seu próprio dinheiro e tal. Mas eu sinto falta da minha família sabe - falei

Após algum tempinho com os assuntos que eram apenas um aperitivo de entrada, nossa conversa já havia ido para um bom rumo. Estava me divertindo com ele. Era um cara engraçado, com o humor leve. Foi um jantar incrivelmente agradável. Havia tempos que não me sentia bem ao lado de outra pessoa. 

- Foi uma noite muito boa - Vitor disse quando paramos em frente ao meu prédio

- Obrigada pelo convite Vitor, me diverti muito com você hoje.

- Adorei sua companhia também 

No fim da conversa acabamos nos beijando. Foi apenas um beijo, no qual duas bocas se encostam e sentem uma na outra. Apesar de não querer pensar no indivíduo, acabei comparando à ele. Meu beijo com o de Luan sempre me causara a mesma sensação. Meus pelinhos da nunca se arrepiavam, sentia meu corpo estremecer e eu parecia flutuar ao encostar seus lábios nos meus. Como sou tonta, saio com um cara para tentar esquecer outro, mas no fim, acabo o comparando. 

Acho que nunca vou ser capaz de esquecê-lo. Tanto tempo se passou e o coração ainda bate descompassado da mesma maneira quando escuto o seu nome. 

Claro que Elena me perturbou até o fim querendo saber todos os detalhes da minha saída com o Vitor. Evitei entrar em detalhes e nem contei sobre o beijo. 

Durante a semana toda ele me ligou. Nós conversamos e chegamos a nos encontrar outra vez, mas levei Elena junto para conhecê-lo. Ele até parecia estar mesmo interessado em mim mas não queria dar esperanças. Apesar de querer tocar a minha vida em frente, algo me bloqueava. 

Sobre os vômitos, bom, aconteceram mais duas vezes. E em todas elas eu me arrependi. 

Era fim de semana quando Vitor me ligou

- Vitor? - atendi

- Eu de novo Mari. Tenho uma novidade pra te contar, bom na verdade é um convite - ele falou

- Convite? Pra que então? - sentei na cama com as pernas cruzadas como índio

- Tem uma amiga minha que eu conheci sabe, igual você assim, entregando pizza. Ela é bem de vida e tal e me convidou pra um baile que ela vai fazer na casa dela. Topa ir comigo?

Acabei lembrando do quão me sentia desconfortável rodeada por pessoas da tal alta sociedade. Lembrei de Roberta e de sua família. Fui humilhada por eles por tanto tempo - Quando é a festa? - prossegui com a conversa

- Amanhã. Por favor Mariana vai comigo. Eu quero muito ir, mas também não quero ir sozinho. Meu pai vai me emprestar o carro dele e eu te levo, te busco, faço o que você quiser

- Ai Vitor, tá bom. Mal te conheço e você já me faz sair da cama em pleno sábado pra comprar roupa. Muito obrigada

- De nada. Nunca conheci alguém tão preguiçosa como você

- Não sou preguiçosa. Só procuro maneiras mais facilitadas de se viver - disse e ele riu 

- Então eu te vejo amanhã de noite? 

- Ok então, senhor Vitor

Desliguei e voltei a dormir. Mas a tentativa foi em vão pois Elena tratou de puxar meu cobertor

- Quem era no celular? - ela perguntou

- O Vitor - falei com a cara enfiada no travesseira

- Hmmm esse Vitor, sei não vocês dois - sua voz estava maliciosa 

- Para tá? Ele é meu AMIGO - fiquei de barriga pra cima e dei ênfase em dizer que ele era apenas meu amigo 

- Ele é um gato amiga, não perde tempo

- Não quero namorar ele. Ele é legal e tal, mas não quero namorar ninguém

- Já vi que seu plano de levar a vida em frente não tá dando muito certo 

- Não é isso. Só não quero namorar 

- E o motivo no qual você não quer namorar se chama Luan.

- Para Elena, por favor - pedi

- Ta bom, não falo mais nele. 

Encerramos o assunto e coloquei uma roupa qualquer para correr em busca do meu vestido para o tal baile do pessoal rico. 

Depois de percorrer três lojas acabei encontrando o vestido que eu realmente precisava. Andei pela mesma loja e encontrei um par de sapatos. Agora era só esperar até o outro dia. Mas aí fico me perguntando: Que tipo de pessoa faz uma festa à noite de domingo? Presumo que deva ser um bando de rico desocupado mesmo. Mas iria pelo Vitor, ele merecia e naquele momento era a pessoa que estava me fazendo sentir-me muito bem. Não consegui entender a maneira em que meu corpo correspondia à essa situação. Estava com o coração acelerando, batendo muito forte e uma sensação de ansiedade tomando conta de mim pelo motivo que eu não sei. Era como se eu sentisse que algo estava prestes a acontecer, mas não o que exatamente. 

Oi pessoas ! Não reclamem que o capítulo ficou pequeno ou sem graça, sei lá. To guardando o melhor pro próximo , mas não conto detalhes pq sou mau ú.u #sqnunca 

Estão gostando do Vitor? Acreditam que possa haver alguma coisa mais séria entre os dois? Mari vai conseguir desencanar do Luan? E o Luan, ainda ama a Mari?

E para relembrar: O grupo da fanfic >> https://www.facebook.com/groups/424765574316813/ <<

E o meu twitter: https://twitter.com/neverso_lr 

Vou confessar uma coisinha : Adoro quando vcs fazem comentários grandes >.<, amo saber que vcs estão envolvidos na história. Significa mto pra mim. 

Bom amorzinhos é isso. Vejo vcs no próximo

Beeeeijos