Estranhei quando vi que ele carregava em suas mãos a mochila
da minha filha, da Mari.
- Pois não senhor – disse
- Chame a sua filha – disse frio
Abordei Mari que saia da porta do banheiro da loja.
#Mariana Narrando
Fui até o banheiro e quando saí meu pai estava na porta. Ele
parecia nervoso e me levou onde estava seu Daniel, seu chefe o esperando.
- Garota, você pensa que eu sou idiota? Que eu pago seu pai
para servir de palhaço? – encarou-me com fúria no olhar enquanto suas palavras
saiam
Lancei um olhar de desentendimento ao meu pai- O que está
acontecendo seu Daniel?
Ele imediatamente abriu minha mochila e para o meu espanto,
retirou várias roupas com etiquetas.
- Como você pôde trazer sua filha aqui para roubar coisas da
loja? – se referiu a meu pai
- Senhor Daniel deve haver um engano, eu juro que não foi eu
quem pegou essas roupas, eu juro. Minha mochila ficou jogada por aí enquanto eu
estava no banheiro, eu juro que eu não peguei nada. – disse aflita
- Não tenta se fazer de vítima pra cima de mim garota, e
acho que isso deve vir acontecendo há mais tempo não, é? Minha filha me disse
que você anda toda arrumada por aí, coisa que não acontecia antes.
- Seu Daniel por favor, todas as roupas que a Mari usa eu
compro com o meu dinheiro, inclusive com o salário que o senhor aumentou. E nem
se quer nessa loja eu compro. – meu pai me defendeu
- Pois então dê adeus ao seu salário e aqui. Eu não aceito
ladrões em minhas lojas, por um momento pensei que você fosse honesto Carlos.
Mas hoje vejo que você é capaz de trazer a sua filha aqui para roubar pertences
da loja. Logo eu que tanto te ajudei, aluguei até uma de minhas casas pra você.
Mas cansei de ser bonzinho com gente pobre, chega! Vai embora daqui com a sua
filha e faça o favor de nunca mas nem passar em frente aqui.
Lágrimas rolaram de meus olhos, mal pude acreditar no que
acabara de ouvir.
- O senhor não pode demitir ele seu Daniel, ele não tem
culpa de nada. Meu pai da à vida por esse emprego, eu juro por tudo que eu não
peguei nada daqui eu odeio sabotagens, por favor não manda meu pai ir embora.
Mesmo que eu não mereça, me castiga, me bota pra trabalhar aqui de graça,
qualquer coisa. Mas não faça uma coisa dessas com um homem tão honesto como o
meu pai.
- Mari chega por favor, ele já tomou a decisão dele – meu
pai disse em tom baixo, tristonho
- Não pai, isso é injusto. Eu não peguei nada, o senhor sabe
disso. Você não pode ir embora desse lugar, eu vejo o quanto você dar seu
sangue por esse trabalho.
- Eu já disse que quero vocês longe dessa loja, não disse? –
Daniel ordenou jogando a mochila em mim
Meu pai pegou suas coisas e fomos juntos para casa. Eu
chorando o caminho inteiro e ele tentando me consolar dizendo que a culpa não
era minha. Mas eu me sentia culpada, mesmo não tendo sido eu quem pegou aquelas
malditas roupas. Eu jamais faria isso, tenho horror de gente desonesta. Mas
agora eu só sabia chorar, por ter feito meu pai perder o emprego. Ele todo
desconsolado, me abraçava tentando me acalmar. Disse que o Daniel se precipitou
e logo ele arrumaria outro emprego.
Chegamos em casa e abracei minha mãe forte
Logo explicamos tudo que aconteceu a ela que também ficou
abatida. Mas acreditou em mim quando disse que não tinha pegado nada.
Tranquei-me em meu quarto e deixei meus pais conversarem na
sala. Chorei desesperadamente enquanto tentava raciocinar. Mas não conseguia
concluir de quem poderia ter feito isso. Isso é muito baixo, custar logo o
emprego do meu pai. Ele que ganhara tão pouco sempre e estava tendo a
oportunidade de mudar. Sempre vi o quanto ele se esforçara para dar seu melhor.
E agora tudo acabara e eu acusada de ser a culpada por tudo. Mas não fui eu.
Meu pai já completou 40 anos e nessa idade arranjar emprego
já é complicado. Mil pensamentos me rondavam, aumentando minha aflição. Peguei no
sono com a cabeça explodindo de tanta dor.
A luz forte entrara na janela iluminando todo meu quarto.
Despertei-me com a luz do sol afetando meus olhos. Ainda estava com a mesma
roupa de ontem. Tomei um banho e reparei no espelho o quanto meus olhos estavam
inchados. Logo retomei tudo que vivi ontem.
Fui até a sala e não encontrei ninguém, apenas ouvi um
barulho de choro. Vinha do quarto da minha mãe. Abri a porta e a encontrei
sentada na cama em prantos, com um papel em mãos - Mãe, o que houve? – fui até
ela que só soluçava com os olhos no tal papel
- Mari... Mari... seu pai Mari – disse entre soluços
Peguei o papel de sua mão com esperanças de entender o que
estava acontecendo. Havia nele a letra de meu pai.
Primeiramente já começo essa carta pedindo desculpas.
Isabela e Mariana.
Antes de tudo, quero que saibam que vocês são exatamente tudo para mim. Minha
vida se resumiu as vocês duas, e se tenho forças para continuar, acredite, é
por vocês.
Sei que o acontecido
abalou todos nós. Inclusive eu. Venho avisar que agora estou de partida. Mas
não, eu não abandonei vocês. Um dia entenderão por que fui embora, quando eu
voltar provavelmente.
Um dia o ser humano
cansa de ser tratado da mesma forma todos os dias. Cansa de ser humilhado pelas
pessoas ao seu redor. Mariana eu sei que você já passou por isso. Eu te entendo
minha filha, te entendo muito bem.
Como já disse, não
estou as abandonando. Quando eu voltar, voltarei com um futuro digno a nós.
Isabela, eu te amo.
Você é e sempre será à mulher da minha vida. Meu primeiro e meu único amor. Não
me abandone de coração, peço que me espere.
Sei que o Daniel irá
pedir a casa de volta e então já providenciei tudo. Junto com esse envelope há
duas passagens para Maringá no Paraná, onde minha irmã mora. Ela abrigará
vocês. Sei que não vai ser fácil abandonar Campo Grande, principalmente para a
Mariana. Minha filha me desculpe por lhe fazer sentir essa dor mas, é a única
maneira que resta para esse momento. O seu amor por aquele garoto é verdadeiro,
ele não a abandonará.
Termino essa carta me
despedindo brevemente de vocês. Creio que quando tudo der certo, vocês possam
me perdoar.
Desejo boa viagem e
que tudo se resolva daqui para frente.
Eu amo vocês.
Carlos Caetano
Alcântara
Meus olhos rolaram pela carta relendo-a várias vezes.
Pisquei repetidamente tentando por em mente o que acabara de ler. Meu pai se
despedindo de nós?
- Ele ta indo embora mãe? – perguntei a ela que não me
respondeu nada, apenas saiu do quarto.
Sentei na cama com os olhos fixos na letra curvada de meu
pai no papel. Mal pudera acreditar que nesse mesmo dia teria que abandonar
Campo Grande e viver afastada de meu pai. E de Luan. Não, não posso abandonar o
Luan, jamais. Ele é a minha vida, não consigo viver afastada dele, não significo
nada sem ele. Ao meu lado na cama, estavam as passagens áreas com destino à
Maringá. Então é isso, eu viverei longe do amor da minha vida, e ficarei em
outro estado ao lado de uma tia que eu mal conhecera. E teria ainda que
suportar a dor de não ver mais meu pai. Temi que isso fosse realidade, só
queria acordar desse pesadelo. Mas não era, era o meu presente. Meus nervos
estavam fervendo e meu coração quase saindo pela boca. A raiva que estava
sentindo era tão forte, capaz de fazer minhas pernas tremerem. Ainda em choque
tentei sair um pouco daquela casa para tomar um ar e colocar os pensamentos no
lugar. Perambulando pelas ruas com o olhar perdido, uma voz chamou pelo meu
nome. Desviei tentando encontra-la sem muita vontade e ao mesmo instante
Rodrigo veio até mim.
- Preciso falar com você
- Não quero falar com ninguém Rodrigo, preciso ficar sozinha
vai embora – disse entre lágrimas
- É importante e você precisa me ouvir, por favor – então concordei
e ele começou a falar – Olha sinto muito pelo seu pai
- Como você sabe? – questionei perplexa
Ele tomou um longo fôlego e continuou – Preciso contar tudo
a você. E olha, primeiro quero dizer que eu errei, errei muito. E tudo que fiz foi
porque queria você, mas juro que me arrependi.
- Rodrigo eu não to entendendo nada, olha minha cabeça ta muito
confusa e eu não to bem. Se você quiser falar alguma coisa, diz logo. Abre o
jogo.
- A Roberta se aproximou de mim porque me observou olhando
você. E no primeiro momento você me atraiu e eu te queria a todo custo. E então
ela me disse que queria ter o Luan para ela. Assim fizemos um trato. Um de nós
teria o que queríamos se nos ajudássemos. Tentei te conquistar na primeira vez
mas não deu certo, você logo se tornou namorada do Luan. E então eu e Roberta jogamos
sujo. Ficamos obcecados e ultrapassou o sentido da palavra atração.
- Aonde você quer chegar Rodrigo? – o encarei completamente
surpresa
- Fui eu quem te empurrou no lago naquele dia a mando da
Roberta. E ontem eu distraí seu pai para que ela colocasse aquelas roupas na
sua mochila e te incriminasse. Me desculpe Mari, mas a Roberta me dominou e
hoje eu me arrependo profundamente por ter feito isso. Tentei te contar outra vez mas não tive coragem e acabei errando de novo. Mas me desculpa por favor
- Você tem noção do que fizeram? Vocês acabaram com a minha
vida – chorei em desespero – Tudo por causa de status. Vocês são sujos, eu tenho
nojo de vocês. Olha o ponto que puderam chegar.
- Mari me entende, eu to arrependido me desculpa por favor –
aproximou-se à mim tocando-me
- NÃO TOCA EM MIM, ME SOLTA. IDIOTA, VOCÊ É UM IDIOTA. NOJENTOS, IMUNDOS. EU TENHO NOJO DE VOCÊS DOIS, EU ODEIO VOCÊS – gritei o
impedindo de me tocar
- SEU ESTÚPIDO, AINDA TEM A CARA DE PAU DE PEDIR DESCULPAS DEPOIS DE ARRUINAR A MINHA VIDA. ME SOLTA, EU TE ODEIO RODRIGO, EU TE ODEIO. – dei um empurrão nele
Saí correndo em direção à escola. Previ que Roberta estaria
lá e não faltava muito tempo para as aulas acabarem. Do lado de fora pude ouvir
o sinal tocar e a esperei ansiosamente. Logo ela saiu do portão vestida com um
short curto, uma camiseta branca e um bolero rosa por cima. Despediu-se de suas
amigas e andou parecendo desfilar com seus óculos de sol. Parei a sua frente e
ela pareceu surpresa.
- Sai da minha frente garota, não suporto mais a sua cara –
disse desviando-se, mas a segui e a encarei por alguns segundos.
- Tenho uma coisa pra dizer a você Robertinha – minha mão ardeu
ao chocar-se bruscamente ao rosto dela, fazendo assim ele inclinar-se e seu óculos
caírem sobre o chão
- O que deu em você garota? – seus olhos arregalaram-se a
mim
- Você ainda não viu nada – meus nervos
saltitaram causando-me fúria interior. Voei para cima dela e descontei toda
minha raiva
- Não era isso que você queria? Acabar com a minha vida?
Parabéns, você conseguiu – disse enquanto meu corpo estava acima dela e minhas
mãos descontavam minha raiva em sua face dando-lhe vários tapas que marcavam
sua bochecha – Mas agora espero que você nunca mais se esqueça de mim e que
seja pela pior maneira. Eu cansei de ser humilhada por você, entendeu? Eu
cansei, agora chega. Você é uma víbora – dei-lhe outro tapa – Imunda, podre,
sem caráter. Vagabunda – dessa vez o tapa foi maior ainda e sangue voou de
seus lábios. Uma aglomeração de pessoas se formaram ao nosso redor presenciando
toda aquela cena – Vadia suja, cachorra. – a deixei jogada no chão, com várias
pessoas a observando, se ela achou que
foi humilhada aquele dia na aula de história, nem imagino o que pense dessa vez.
Não sei de onde tirei tantas forças para isso, talvez o amor seja forte o
suficiente capaz de te obrigar a fazer tudo.Voltei para a casa e encontrei
minha mãe com as malas prontas.
- As passagens são para hoje?
- Sim, vá se arrumar Mari. Nós iremos agora de tarde – seu tom
era frio
- Eu não posso ir embora mãe, nem se quer vou me despedir do
Luan -choraminguei
- Você tem celular é só ligar para ele – ela estava muito séria,
até temi
- Mas não estou conseguindo ligar pra ele mãe, o que vou
fazer?
- Mari, apenas se arrume ok?
Estava pronta. Seguimos de táxi a caminho do
aeroporto. Meus olhos observavam as estradas de Campo Grande. O carro
atravessava e podíamos avistar um parquinho com várias crianças brincando. Imediatamente
minha vida inteira passou como um flashback em minha memória
(ignorem a chuva)
#Flashback on
- Mas e se eu cair ? – questionei montada em minha bicicleta
que acabara de ganhar de meu pai quando tivera 5 anos
- Você não vai cair não Marianinha é só confiar em você mesma. Mas se cair o
papai vai estar aqui atrás para segurar você ta bom?
#Flashback off
Um nó enorme formou-se em minha garganta. A falta do meu pai
seria constante e sem ao menos saber onde poderia estar agora, só aumentava
minha dor.
- Chegamos – o motorista
do táxi anunciou. Minha mãe pagou a ele e então saímos do carro. Ela continuara
fria. Sei que estava sofrendo e queria transparecer forte.
Aguardamos a chamada para o nosso vôo sentadas naquelas
cadeiras duras de espera. Uma sem falar com a outra, tentando amenizar a dor
que sentíamos de estar indo embora daquele lugar. Logo o avião decolou. E quem
diria que a minha primeira viagem área seria comigo assim, com dor no olhar e o
coração estilhaçado deixando Campo Grande em meio ao pôr do sol.
Eeeeeei ! Quanta coisa nesse capítulo não é? Carlos desempregado, Mari acusada de roubo, Rodrigo confessa tudo, Roberta leva uma surra e Mari vai embora de Campo Grande. Como ela e Luan ficarão nessa história? Por que o Carlos decidiu ir embora?
Quero ver vcs comentando virão? O que vocês acharam? Opinem por favor *-*
Aguardo vocês no próximo.
Beeijos
@neverso_lr
choreiii tqadinhosss deles
ResponderExcluirperfeitoooo choreiii bem feito para roberta
ResponderExcluirai nãoo q triste, não queria que tudo acabasse assim, tudo culpa daquela vaca. Luan vai ficar arrasado. E tudo vai ficar mais difícil entre eles.
ResponderExcluirchorei aqui :''(
ResponderExcluirnossa que coisa horrivel,foi bem feito os tapas na cara dessa bruxa.
tadinho deles dois agora!
continuaaaa @carol_mellos2
Ñ acredito que eles nem se despediram :-(
ResponderExcluirVc acabo com meu emocional cara :( continua
ResponderExcluir@lovaticdols
Que triste. Agora o Luan vai achar que a Mari abandonou ele. Eu acho que o pai da Mariana vai ficar rico >
ResponderExcluirLeitora nova. Parabéns, você acabou com meu emocional, rsrs... estou amando tua fanfic! Continua logo, por favor
ResponderExcluir@universobruneca
Leiitoraa novaa. Parabéns suaa fanfic é maravilhosaa e eu estouu amando elaa
ResponderExcluirContinuaa logoo
@karolSa_LRDS